Diário de formação de Nil



segunda-feira, 2 de maio de 2011

RESENHA DO LIVRO DISCURSO E LEITURA DE ORLANDI

No momento da produção textual o autor tenta imaginar o seu público álvo, mas, o texto depois de gerado é entregue a uma variedade de atos de interpretações, o sujeito leitor interfere no texto atribuindo-lhe  a sua visão pessoal, cultural, histórica e ideológica construindo o mundo textual a partir de suas vivências.
Todo texto é polissêmico do ponto de vista de cada sujeito, pois cada um irá interpretar de acordo com suas experiências. Um bom leitor penetra no texto de maneira que não só lê o que está explícito, lê também o implícito. O leitor compreende o que o autor falou e o que ele poderia ter falado e quanto maior for sua história de leituras ele terá bem mais facilidade para  intextualizar.
Vale ressaltar aqui a produção do discurso. A comunicação não é individual, mas social. Partindo daí podemos afirmar: Tudo que um indivíduo produz na fala ou na escrita tem uma intenção.
Ninguém escreve só por escrever nem tão pouco fala por falar, esses dois atos exigem uma articulação, uma organização  na escolha das palavras , antes desse processo de produção o sujeito faz uma seleção para poder melhor atingir seu objetivo.(persuadir,convencer).
Orlandi cita a importância da universidade na comunidade, para ela essa relação é unilateral não há uma interação recíproca. A universidade deveria buscar meios para conseguir recursos que  dotassem os seus alunos(futuros professores) a compreender melhor a comunidade e criar mecanismos que levassem essa comunidade a um melhor índice de aprendizagem.
Ainda analisando o aspecto da leitura na formação de alunos-leitores, a escola comete falhas antes mesmo de impor qualquer metodologia de inserir o aluno no universo da leitura e da produção textual, o educador teria que considerar o conhecimento prévio desse aluno, ou seja, sua linguagem e o meio sócio-cultural que este aluno vive. Dessa forma esse aprendizado seria mais produtivo para ambos. O professor lucraria, pois no momento em que ele levar em conta essas considerações o rendimento do aluno será muito maior e resultado será positivo.
Essa pratica pedagógica adotada nas nossas instituições está antes de qualquer coisa, ultrapassada. O processo de leitura e de produção de texto antes de qualquer coisa tem que ser necessariamente espontâneo. Essa cobrança da escola causa bloqueio no processo criativo do aluno.

Analisando o processo de história da leitura vale ressaltar que toda leitura tem uma história. Como já afirmei anteriormente: todo texto  é polissêmico. Em outras palavras no mesmo texto eu como sujeito-leitor posso atribuir várias formas de interpretação pois cada vez que o leio ele terá significados diferentes. Explicarei mais detalhadamente: o que quero dizer é que assim como tudo na vida que nos cerca esta em constante transformação, um texto que li no mês passado não terá a mesma compressão que teria ao Lê-lo agora,  pois todo contexto social, histórico e ideológico mudou,isso tudo me influenciou direta ou indiretamente e não sou mais a mesma leitora de um mês atrás, minha visão de mundo certamente já é outra .
Enfim pelo o que foi dito até aqui um dos fatores mais importantes do discurso é o papel do sujeito na sociedade, seja ele autor, leitor, aluno do primário ou do superior, a sociedade precisa considerá-lo como um sujeito que atua da sua maneira, com sua cultura, ideologia e história.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Trabalhando a leitura e o ensino de literatura
Analisando o ensino de literatura, percebe-se que a falta de visão crítica, a dificuldade de maior compreensão dos textos e a  apreciação pela Literatura, quer brasileira ou estrangeira por parte  dos alunos é decorrente de todo um processo de aprendizagem imposto pela própria  metodologia vigente em todo sistema educacional público e privado do nosso país.
O Sistema autocrático e unilateral imposto na formação do aluno-leitor não dar a mínima condição de dotá-lo de visão crítica e apreciativa da literatura em si, direcionando este aluno leitor a visualizar um texto não como um analista do contexto, mas como uma pessoa que deva navegar neste texto buscando os sujeitos e predicados, objetivando o rumo dos substantivos e adjetivos, perfazendo assim uma visão literária respaldada  tão somente pela gramática normativa.
A Gramática Normativa é necessária, claro, mas se estudada em outro contexto ou seja no seu próprio universo lingüístico. A Literatura, é arte, é técnica, é cultura, é informação, é formação, é entretenimento, é viagem, é interação entre leitor e criador. Portanto, o estudo da literatura  em nossas escolas inclusive na formação dos nossos professores, quer do Jardim à Universidade, deveria ter esta visão, assim o ato de ler pelo aluno passaria a ser mais apreciado e a literatura passaria a ocupar o seu verdadeiro espaço no contexto social.
Certamente para ocorrer mudança dessa natureza, outros aspectos  no contexto educacional devem ser considerados, entre eles está  a reinterpretação  da escola do seu corpo discente. Como levar  uma peça literária a um aluno sem ao menos conhecer as suas origens e limitações? Hoje não fazemos isso, simplesmente empurramos o texto de garganta a dentro e cobramos uma interpretação de um aluno que ao menos sabe fazer uma leitura do seu próprio contexto social.
Portanto, se chegarmos ao patamar de entender literatura como um processo espontâneo, onde a palavra de ordem seja a liberdade de expressão dotada de criatividade dentro da linguagem a quem nos destinamos alcançar, certamente teremos um futuro repleto de pessoas mais nobres em todos os sentidos.